A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) foi a única parlamentar presente no evento Democracia Inabalada. Evento descrito pela ministra aposentada Rosa Weber para “nunca esquecer” o episódio dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2022.
O ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ressaltou a presenta da parlamentar como única representante da classe política participando do evento. Também estava presente a governadora interina do DF, Celina Leão (PP).
Atos do 8 de janeiro
No dia em completa um ano que o coração da democracia sofreu “o maior ataque”, conforme o ministro Barroso, foi convocado pelo presidente Lula, está sendo realizado durante a tarde desta segunda-feira (8), no Salão Negro do Congresso Nacional.
Serão 500 convidados, incluindo ministros do governo, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e outras autoridades. No entanto, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP) desmarcou alegando problemas de saúde familiares.
A ministra aposentada Rosa Weber presente no evento chegou a mostrar um pedaço que recolheu do dia em que os vândalos atacaram os Três Poderes, a peça estava etiquetada com a data do ocorrido e ela destacou que é um episódio “para nunca esquecer”.
“A outra face é o dia da resistência da democracia constitucional que restou inabalada. Repito: Há de ser sempre relembrado para que jamais se repita. E ele deixa uma lição a necessidade de cultivar a democracia constitucional”, disse Rosa.
Também foi aberta uma exposição que relembra os ataques do 8 de janeiro no Supremo “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”, com objetos quebrados sendo expostos e fotografias emblemáticas da destruição.
CPMI dos atos de 8 de janeiro
A senadora foi a única representante do Mato Grosso do Sul a participar da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito do 8 de janeiro. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, a senadora que a época fazia parte do União Brasil chegou a obter 42 assinaturas em janeiro deste ano para instalar a CPI, mas o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acabou “barrando” a abertura por orientação da base do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Fui a primeira parlamentar a entrar com requerimento de instalação de CPI para investigar os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro deste ano. Após o imbróglio em relação ao meu requerimento, assinei o pedido de CPMI, que ocorre em conjunto com a Câmara dos Deputados, pois o que importa realmente é que seja feita uma investigação séria, sem paixões político-ideológicas, com toda a responsabilidade que o caso requer. Essa CPMI é da democracia brasileira”, disse a senadora ao Correio do Estado.
A última sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) encerrou no dia 18 de outubro quando aprovaram o relatório final da senadora Eliziane Gama (PSD-MS) por 20 votos favoráveis, 11 contrários e 1 abstenção.
O relatório pediu o indiciamento de 61 pessoas por crimes como associação criminosa, violência política, abolição do Estado Democrático de Direito e Golpe de Estado. O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus ex-ministros do governo:
Walter Braga Neto – da Defesa
Augusto Heleno – Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
Anderson Torres – Justiça
O relatório também pediu o indiciamento da deputada federal Carla Zambeli (PL-SP) do GSI assim como integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal, empresários acusados de financiar os manifestantes.